Os trabalhos em pau preto, eram muito procurados para levar como recordação. Tete, não tinha um centro onde os artesãos os pudessem comercializar . O candeeiro em trança , a bengala, o terço, o cinzeiro de pé alto , cama de efeitos torneados ao gosto do comprador e muitos outros utensílios.
Havia um artefacto que me enchia as medidas.
A aldeia indígena.
Já não me lembro de quantas peças era composta ou se havia uma quantidade padrão. Sei que eram muitas; a palhota, pilão, copos, a palmeira, panela de trempe , a cadeira de encosto e o banco de pé alto; os tambores e os animais; parte da fonte de sustento da aldeia. Eu tinha uma , com as vicissitudes da vida se foi desmembrando ... Restam-me tão poucas que os guardo , não como um “recuerdo”, mas como objectos de arte. Arte porque tudo era feito sem as máquinas de agora, manuseada, em esforço, com engenhos rústicos e onde não faltava imaginação .Reprodução do comum que fazia parte da aldeia.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
DA CHEGADA ..... Á PARTIDA
.....quando cheguei a cidade surpreendeu-me .Julgava que ia encontrar um bosque de palhotas de caminhos pedregosos e esburacados. Iria morrer de calor e pouco ou nada de conforto estaria á minha espera. Quando a avistei pela primeira vez ,do lado de lá, no Matundo, a minha visão precoce caiu por terra .
Vi corridinho de casas brancas, a torre da igreja um cenário bonito e acolhedor. Perante cenário inesperado a minha curiosidade foi descobri-la. descobrir a pequena cidade de ruas rectilíneas , enfeitada de acácias rubras casada com o rio , alegre e pacifica.
As pessoas, fosse qual fosse a cor e credo, eram amáveis e sabiam receber com simpatia ,a que por vezes não se conseguia corresponder.A sorte de ficar instalado mesmo no coração da cidade obrigava-me a um quotidiano de vizinho .O comercio era ali mesmo . Muito indiano e europeu , nenhum africano.
Cinemas um que tinha sido inaugurado no primeiro semestre de 63 , o Santiago . Clubes três mas o mais concorrido era o Sporting ou clube de baixo como era conhecido. Dois hotéis , Tete e Zambeze , este em construção faseada ,com a parte acabada em funcionamento era lugar de convívio .Bancos um o BNU .
Na educação, escolas primárias, não havia secundárias apenas um colégio particular religioso das Irmãs de S. José de Cluny.A maioria da juventude tetense . quem escola primária frequentasse, ficava por aí. Só a partir da classe mais afortunada poderia colocar os filhos no único colégio ou numa outra cidade.
Sentia-se a necessidade absoluta de abertura de ensino secundário publico.
A maioria das ruas por asfaltar soltavam o pó que encasulava a cidade, com temperaturas elevadíssimas tornava-a a mais quente do país e conhecida "cidade inferno cemitério de branco". Contrariava isto o residente com "quem bebe água do zambeze" fica e se partisse jamais esqueceria a cidade ainda gaiata.
Gaiata porque as perspectivas de crescimento estavam no projecto Cahora Bassa.Quando o grande paredão começou a erguer-se o "boom" aconteceu. A cidade gaiata começou a tornar mulher. A sua expansão foi em todos os domínios.
Proliferaram as agências bancárias (6), bares e cabarets; restaurantes e cafés; cinemas, boutiques e comercio em geral. Os vários andares dos prédios modificavam a paisagem e vivendas ajardinadas ornamentavam o espaço. As ruas asfaltadas abrandaram o pó.As margens do rio,alma tetense, ficaram ligadas com a ponte.
Cresceu em todas as direcções e tornou-se mais senhora e humana com a abertura do ensino secundário publico.....
.........os acontecimentos políticos não me deixaram vê-la na metamorfose seguinte, fiquei com o gosto de gostar dela, mas olhei para trás sentido......
Vi corridinho de casas brancas, a torre da igreja um cenário bonito e acolhedor. Perante cenário inesperado a minha curiosidade foi descobri-la. descobrir a pequena cidade de ruas rectilíneas , enfeitada de acácias rubras casada com o rio , alegre e pacifica.
As pessoas, fosse qual fosse a cor e credo, eram amáveis e sabiam receber com simpatia ,a que por vezes não se conseguia corresponder.A sorte de ficar instalado mesmo no coração da cidade obrigava-me a um quotidiano de vizinho .O comercio era ali mesmo . Muito indiano e europeu , nenhum africano.
Cinemas um que tinha sido inaugurado no primeiro semestre de 63 , o Santiago . Clubes três mas o mais concorrido era o Sporting ou clube de baixo como era conhecido. Dois hotéis , Tete e Zambeze , este em construção faseada ,com a parte acabada em funcionamento era lugar de convívio .Bancos um o BNU .
Na educação, escolas primárias, não havia secundárias apenas um colégio particular religioso das Irmãs de S. José de Cluny.A maioria da juventude tetense . quem escola primária frequentasse, ficava por aí. Só a partir da classe mais afortunada poderia colocar os filhos no único colégio ou numa outra cidade.
Sentia-se a necessidade absoluta de abertura de ensino secundário publico.
A maioria das ruas por asfaltar soltavam o pó que encasulava a cidade, com temperaturas elevadíssimas tornava-a a mais quente do país e conhecida "cidade inferno cemitério de branco". Contrariava isto o residente com "quem bebe água do zambeze" fica e se partisse jamais esqueceria a cidade ainda gaiata.
Gaiata porque as perspectivas de crescimento estavam no projecto Cahora Bassa.Quando o grande paredão começou a erguer-se o "boom" aconteceu. A cidade gaiata começou a tornar mulher. A sua expansão foi em todos os domínios.
Proliferaram as agências bancárias (6), bares e cabarets; restaurantes e cafés; cinemas, boutiques e comercio em geral. Os vários andares dos prédios modificavam a paisagem e vivendas ajardinadas ornamentavam o espaço. As ruas asfaltadas abrandaram o pó.As margens do rio,alma tetense, ficaram ligadas com a ponte.
Cresceu em todas as direcções e tornou-se mais senhora e humana com a abertura do ensino secundário publico.....
.........os acontecimentos políticos não me deixaram vê-la na metamorfose seguinte, fiquei com o gosto de gostar dela, mas olhei para trás sentido......