quinta-feira, 18 de junho de 2009
PESCADORES
...a ponte veio tirar vida ao rio. O batelão encostou e o rebocador foi parar outra paragem. Os velhos barcos que ,constantemente, transportavam as pessoas de uma para outra margem, desapareceram. Apenas ficaram a velhas pirogas dos pescadores que labutavam contra a corrente do velho rio, no seu ganha pão, diário. Enquanto pescavam a família nas margens lavavam a roupa, tomavam banho, sempre atentas a qualquer investida traiçoeira dum crocodilo vadio. Era uma alegria quando a piroga atracava , era sinal que já trazia o suficiente para o almoço e jantar e alguns para fornecer, aquele cliente certo e o mwana já saltava para o ir entregar no cheiro do sagwati.Se, não era este povo humilde, mas que fazia pela vida, o rio não tinha mais nada a não ser a agua que corria velozmente para o mar. A população da cidade nada criara,.... nem sequer um clube fluvial. A mudança no rio era feito pela sua natureza, as ilhas de areia apareciam no tempo de seca e as margens eram varridas ,pelas enxurradas carregadas de tudo o que encontravam pelo caminho.. Por ali onde o saudoso batelão encostava, sentado em cadeira de lona, chapéu de aba larga , rádio bem sintonizado , cana de pesca correctamente colocada , um velho residente.... era o companheiro distante do pescador de piroga.Senhor gentil, educado .. cabelo grisalhos, solitário, contava histórias, como ninguém da sua velha Goa . Orgulhava-se do êxito dos seus patrícios,(como lhes chamava) , sabia os seus nomes completos na ponta da língua e com um subtileza ímpar, descrevia a origem da sua família como se estivesse a conviver e a abraça-la fraternalmente.De fácil convívio,o Sr Dias, oferecia sempre, mesmo que o resultado da sua pesca não fosse farta....
O rio orgulhoso no seu percurso pouco ou nada se importava com a ponte ... a não ser as sua bases que lhe tiraram algum espaço ......
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