Um dos que na altura tinha popularidade era o Bar Melo. A hora indicada para o petisco era pela tardinha, quando o sol matizava o céu com suas cores únicas que se reflectiam no rio, soberbo,por ser vestido por aquela maravilhosa cachoeira de cores.
Os passarinhos, fornecidos pelo João "Coxo" do Matundo,eram o principal petisco, cozinhados , exalavam um aroma de bem condimentados. Faziam crescer água na boca , abafada com uma manica fresca de palmo e meio(basuka) que acompanhava a mastigação com estalido num.. "está de gritos".
Frequentado por uma marioria operária, conferia-lhe o estatuto de bar do povo. Neste ambiente gourmet-populi era corrente a aposta da rodada . O ou os vencidos em jogada de matraquilhos pagavam. As vazias manicas ou laurentinas iam ocupando o balcão para uma correcta contabilização de factura.
Mas no meio, destes convívios alcoólicas e jogos, aparece sempre um espertinho. Num belo anoitecer quando as partes estavam quites e o gourmet mais apurado, eis que apareceu, militar mitimba , nato e criado na Ribeira do Porto. Matraquilheiro afamado no seu bairro trazia na goela a prosa gabarola de invencivel. A palavra ia-se confirmando, em duas jogadas limpas e com estilo.E ,empoleirado no seu degrau de vencedor, riu-se quando viu surgir uma moça- menina, magrinha e alta apoiada pelos já bem rodados." Mitimba" acabou o liquido que lhe escorria pela goela abaixo sem lhe custar uma quinhenta e lá vai emproado para uma partida que seria de brincadeira.
Os vencidos que continuavam inchando a mimba, começaram cercar a mesa e a incentiva-la . Se a menina perder nós, pagamos a rodada. Filha do dono do bar, Rosa, alem de praticar tinha uma intuição nata para aquele jogo. Com humildade e habilidade, que lhe era notória, desembaraçou-se da primeira partida com três ou quatro de avanço. "Mitimba" não se deu por vencido e quer a desforra. A apoio aplaude e catrapuz, abada completa.... Rosa nem o deixou respirar..... e aconselhada afastou-se......fica para a proxima........ mas acho que não houve próxima...
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