sábado, 18 de janeiro de 2014

A BANCA ANOS 60/70

Mal cheirou á construção da barragem de Cahora Bassa, os donos das instituições bancárias,  grandes gorilas do dinheiro começaram a bater calcanhar . 
Não foi preciso atravessar o rio de batelão muitas vezes, porque a ponte ainda só estava no papel, para se instalarem em Tete.
Até aos últimos anos da década de 60, o BNU era rei e senhor, apenas os correios  lhe faziam algumas cocegas com a“ caderneta” de poupança. 
Ficou lá sozinho na zona norte .Zona mais antiga da cidade que era o eixo sul/norte entre os dois fortes –São Tiago e D.Luiz
Toda a banca privada , assentou praça  mais a centro. Na rua que ligava a circunvalação ao rio. Então chamada de Antonio Eanes(nova Julius Nierere) ou na proximidade  .


Descendo a rua,  o primeiro a aparecer  era o Standard Totta. Uma agencia pequena , simpática, com algumas excepções. No rés do chão era o atendimento geral e na sobreloja a gerência.
Três ou quatro épocas de chuva chegaram para dar lugar á pastelaria Caravela, famosa pelos pasteis de nata .Escolheu  o cruzamento ,  onde a casa do juiz, cocoana no lugar, viu nascer a Univendas e toda a urbanização vizinha. 

Na esquina oposta conservador  Pinto e Sotto Mayor, agarrado a velha tradição de banco metropolitano, nunca acrescentou ao seu símbolo a palavra Moçambique.

Passado esse  cruzamento  nevrálgico, do lado direito, colado á Sotete, muito arrumadinho ficava o Montepio de Moçambique Era o mais mitimba. A sua área de negócio apelaria a que tivesse vindo mais cedo, ainda chegou a tempo de fazer moça no mercado da concorrência.

Um pouco mais e  Hotel Zambeze  lugar de reunião dos boca negras, “dos” rubrica milandos, que quando não tinham nada para dizer inventavam. O diário falado era ali publicado.


No res do chão  do hotel o filho fugitivo dos correios-- o Instituto de Crédito de Moçambique, hospedou-se, deixou de fazer cócegas ao BNU porque os outros já o arranhavam

o

Do lado direito , na avenida principal,   entre o bomba da Zambézia e o Megaza ,abriu porta o BCCI. Comecei por descer a rua para guardar este para último. 


Se entre todos os empregados bancários havia muita gente simpática, este reuniu a simpatia num grupo.

Já não conseguirei mencionar todas as pessoas , bancários em Tete no meu tempo, mas ainda há muitos que aparecem aos convívios e nas redes sociais da internet.

Insatisfeito com o lugar, velho e solitário, o BNU largou as sapatilhas esfoladas enfiou um ténis de marca  e procurou a companhias dos outros. Como estatal e emissor, não teve falta de “cobir” , construiu  casa própria apalaçada,  mesmo no cruzamento, ocupou área e em torre para que pudesse vigiar os outros.

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