domingo, 15 de dezembro de 2013





ONDE AS PEDRAS CHORAM........


O tempo não perdoa quem  nada faça por aquilo que foi estimado.A velha escadaria a desfazer-se, era imponente e dava um ar apalaçado ao edifício. Em cada degrau se poderá  escrever um verso , de muitos e longos poemas de amores. Degraus que foram bancos de carinhos irreverentes no despertar da adolescência .Encontros amorosos de primeiros beijos.

Uma perola colonial, onde um restaurante /bar funcionava , os Carlettis,  era um ponto de encontro de gente de bom gosto . Restaurante de paladar greco-moçambicano , apelativo aos festejos de aniversário ou um jantar com a exigência de um acontecimento mais querido. No piso de cima funcionava o notário , em tete-no-meu-tempo, era o Dr. Tramela Conde. Pessoa afável e de cumprimento fácil e popular. Não impunha mas dialogava para, nos casos mais difíceis, se encontrar a melhor solução . Coadjuvava-o o Mario Batalha, desportista  e bastante social. Os escritórios do Senhor Chaby e Campeão  dava um estatuto mais complementar ao edifício. Na base o comercio do senhor Casimiro Martins  acrescentava o movimento que se sentia em toda a periferia do edifio.

Emblemático constitui sem a menor duvida  uma  peça histórica , merece que lhe atribuam  mais atenção. É pena que tudo  o  que  viveu  se  esvazie  nas pedras que desmoronam. Que os segredinhos lembrados fiquem subterrados. Que os tetenses deixem, de viver os momentos passados nesse lugar que foi coração da cidade. Ainda há muitos residentes, pais ou avós,que recordam ,com certeza, os momentos de então, que por ali viveram. A sua reabilitação seria uma gratidão a quem ainda sente ,nostálgico, tempos  que o tempo levou. Um museu, uma casa da cultura, uma escola…enfim aquilo que na verdade merecer.

Tete, das cidades mais vetustas de Moçambique  requer  mais atenção na conservação de edifícios que a identificam  este é sem dúvida um deles

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