ONDE AS PEDRAS CHORAM........
O tempo não perdoa quem
nada faça por aquilo que foi estimado.A velha escadaria a desfazer-se,
era imponente e dava um ar apalaçado ao edifício. Em cada degrau se poderá escrever um verso , de muitos e longos poemas de amores. Degraus que foram
bancos de carinhos irreverentes no despertar da adolescência .Encontros amorosos de
primeiros beijos.
Uma perola colonial, onde um restaurante /bar funcionava , os Carlettis, era um ponto de encontro de gente de bom gosto . Restaurante de paladar greco-moçambicano , apelativo aos festejos de aniversário ou um jantar com a exigência de um acontecimento mais querido. No piso de cima funcionava o notário , em tete-no-meu-tempo, era o Dr. Tramela Conde. Pessoa afável e de cumprimento fácil e popular. Não impunha mas dialogava para, nos casos mais difíceis, se encontrar a melhor solução . Coadjuvava-o o Mario Batalha, desportista e bastante social. Os escritórios do Senhor Chaby e Campeão dava um estatuto mais complementar ao edifício. Na base o comercio do senhor Casimiro Martins acrescentava o movimento que se sentia em toda a periferia do edifio.
Emblemático constitui sem a menor duvida uma peça histórica , merece que lhe atribuam mais atenção. É pena que tudo o que viveu se esvazie nas pedras que desmoronam. Que os segredinhos lembrados fiquem subterrados. Que os tetenses deixem, de viver os momentos passados nesse lugar que foi coração da cidade. Ainda há muitos residentes, pais ou avós,que recordam ,com certeza, os momentos de então, que por ali viveram. A sua reabilitação seria uma gratidão a quem ainda sente ,nostálgico, tempos que o tempo levou. Um museu, uma casa da cultura, uma escola…enfim aquilo que na verdade merecer.
Tete, das cidades mais vetustas de Moçambique requer mais atenção na conservação de edifícios que a identificam este é sem dúvida um deles
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