sexta-feira, 17 de julho de 2009
A VISITA DO MINISTRO
TETE~- A VISITA DO MINISTRO
.. a gaiata vestira o seu vestido de chita talhado ao pormenor do seu corpo de tetense,fusão perfeita e graciosa de mistura “euro-indo africana”. A natureza cinzelou lhes as melhores qualidades femininas e físicas de cada origem . Era dia grande na cidade . O ministro estava para chegar. A Av. Aragão de Melo( Rua dos cinemas) triplicara de tráfego, que abrandava e quase parava na Av. Dr..Armindo Monteiro( rua da Cadeia) porque a chita do seu vestido obedecia á irreverência do vento e permitia que a avenida ficasse mais cheia e sorridente.
O movimento só acelerava na verdadeira estrada do aeroporto, que aos poucos ia perdendo esse nome de grande latitude , rebaptizando-a, a conta gotas, do aeroclube.
Esta avenida onde a “gaiata” vivia era uma das mais emblemáticas da cidade. Onde habitavam talvez as famílias mais antigas .
Começava no histórico edifício dos correios e acaba na tímida ribeira que, vinha dos lados da velha maternidade, e só enchia em tempos de chuva.
Estas centenas de metros de chão foram um centro dos mais importantes da cidade. A polícia de segurança montara ali a sua esquadra , contígua á cadeia . O primeiro unico mercado municipal , diz-nos bem onde era o centro citadino, estava transformado nas oficinas da câmara municipal.
Por esta zona iria passar o Ministro, que deviria estar prestes a chegar para dar o - sim - á construção da ponte sobre o grande rio,e de seguida visitar o local de Cabora Bassa.
Zona onde viviam a famílias bem conhecidas , numa sintonia perfeita de diferentes ascendência. Pessoas que os tetenses não esquecem. Os Velosos, os Vieiras , os Macedos Pinto, os Borges , os Lopes e os Henriques . ....Tambem ali viviam três referências que se recorda com saudade, “O” Chaby,”O” Barbas e “O”Ferreira da Silva sempre bem disposto......
...as pessoas não davam muita importância ao nome das ruas e tanto era assim que as casas não tinham numero e não haviam carteiros.... a caixa-postal era um lugar de encontros..
O ministro até era um velhote simpático e a população viera das aldeias mais remotas em machibombos , camionetas ou carrinhas de caixa aberta. a custas da edilidade. Era dia de festa .
Não faltou o batuque nem a fanfarra militar. Os senhores régulos de fardas de caqui perfilavam enquanto os cipaios de cofeó mantinham a população na ordem.
Era este povo que fazia a festa e tornava aquele lugar de chegada um sitio diferente.
As pessoas da cidade vestiam a rigor e era vê-los a suarem em bica e elas exuberantes a ocuparem o melhor lugar para que podessem mostrar a última moda e ficarem na fotografia....
...... a moda podia estar lá estilizada ao detalhe. O lugar poderia ser o mais visível. As pessoas podia ser as mais sociaveis....
...mas os olhares foram para a gaiata morena do vestido de chita.
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