quinta-feira, 4 de junho de 2009

OS JARDINS



... apesar da sua aridez e o pó que envolvia a cidade em hora de muito tráfego, a cidade tinha zonas verdes e em tempo de chuvas a saia, da gaiata morena, era verde, dum verde menino com pontos castanhos avermelhados da terra que lhe dava a vida e barra azul oferta do rio.
..as duas mais importantes, eram os jardins, o público e o do pelourinho á beira rio mais conhecido pela da alfandega. Jardins bem cuidados com árvores algumas seculares e raras na paisagem tetense
-..se ao público, os habitantes, pouco aderia , unica razão a sua localização , entre as ruas mais movimentadas ,longe do panorama, que o tetense gostava de apreciar, oferecido a toda a largura do rio.
Regozijava-se o do Pelourinho ou alfandega, que apesar de ser apenas um rectangulo, estava protegido pelo cais fortificado e o rio que, a seus pés , lhe transmitia uma calma refrescante em tempo de mais calor .. era um prolongamento da natureza agreste, beleza ímpar em todo o continente.
-..era neste jardim que muitos tetenses se reuniam e muitos amores cresceram dando frutos nesta vida atribulada..
...era para este jardim que corria a população, quando a velha canhoneira , começava lá ao fundo a dar os primeiros sinais da sua chegada, e era vê-la rasgando a corrente adversa com todo o simbolismo que trazia ... e prestes a encostar aos cais...
..ficava por ali uns dias e todos os dias era visitada pelas simpatias nyhungwes ,que por ali passavam ,dando-lhes o testemunho de gostarem da sua histórica graciosidade depositando o seu obrigado pela visita
.. era por ali que se ficava gazetando a aula da disciplina menos ou mais conseguida e dali ,sorrateiramente, entrava no colégio fugindo ao olhar da “maior”
.. tambem ali se podia saborear uma “geladinha” não importa a marca, um refresco ou até jantar ao som do borbulhar da água corrente, oriunda de toda a circunscrição da provincia tetense.... no Almadia ...que não podia atravessar o rio.
Apesar de “ não muito grande” era uma preciosidade, não só pela flora – onde a acácia rubra era rainha – mas tambem pela localização histórica . Chão do nascimento de Tete , pisado pelos -Zulus ou Europeus- primeiros desembarcados naquela ilha do Zambeze e que ao longo dos séculos, transformaram num diamante por lapidar, protegido pela serra e o rio

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